Durante um ou dois minutos do dia, ao sentir a compaixão, isso purificará uma quantidade imensa de negatividade mental. O termo em si é muito bonito, na moda: “compaixão”. A questão é como trabalhar com compaixão nas situações? Como deixar de lado as cobranças, o desrespeito a si e ao outro? como ultrapassar isso?
Nós temos respostas automatizadas dentro de nós em relação às coisas e isso produz muito desconforto e mais inquietação mental. Para falar de compaixão, é inevitável falar de Dalai Lama, Tenzin Palmo, Pema Chodron, todos e todas esse(a)s grandes mestres do budismo.
Por exemplo, para mim foi muito tocante ler o “Quando tudo se desfaz”, de Pema Chodron onde a autora evidencia os lugares sujos da mente que precisam de uma faxina compassiva. Muito inspirador, ela tem uma confiança muito honesta em seu professor direto, Trungpa Rinpoche.
Como gerar compaixão?
As situações nem sempre se mostram como favoráveis para nós. Por exemplo, se você perde facilmente a paciência em uma reunião corporativa, você se sente muito instável e inseguro(a). Assim, o menor sinal de reatividade com relação raiva, nada mais é que uma demonstração de imaturidade emocional.
Uma maneira de se ver a partir da compaixão, é vê-la inseparável da vida humana preciosa, a impermanência, o carma e o sofrimento. Assim veremos sua verdadeira eficácia. A inteligência compassiva é sempre mais ampla que qualquer bolha sustentada pela identidade, assim nós iniciamos em bodicita.
A bodicita pode ser dividida em duas: aspiração e ação. A primeira, é como se felicitar em idealizar e se felicitar em planejar uma viagem para um lugar muito desejado. A última diz respeito a colocar um pé atrás do outro, já se movimentar, fazer acontecer. Estudar o Darma, praticar meditação, se mover para transformar o que surgir em um caminho de transformação. As duas se complementam!
Compaixão fora e dentro
Nós não temos como metrificar o grau de compaixão pela aparência externa. Compaixão, amor, alegria, equanimidade, são estabilizadas pelo treinamento da mente. O ponto principal é entender que a vida é muito maior que o nosso controle juvenil sobre as coisas. É aprender a se movimentar a partir dessas qualidades de sabedoria.
Para gerar compaixão, em primeiro lugar, reconhecemos a situação trágica dos seres. Embora todos desejem encontrar a felicidade, por ignorância, avidya, eles criam as condições que perpetuam o ciclo de sofrimento, dentro do samsara. Por estarem fixados em si mesmos, eles não conseguem ver o impacto de suas ações em corpo, fala e mente. Por exemplo, é incomum alguém olhar para o desejo e perceber a decorrência dele em apego ou aversão.
Comovente.
Com a compaixão em mente, nós temos a aspiração de que o sofrimento venha a cessar, aspiramos diminuir a auto importância de nós mesmos… a crença em uma identidade separativa, fixada e autônoma, isso é o que provoca o sofrimento. O alcance das bolhas é limitado pelo horizonte das emoções perturbadoras e todas convergem para insatisfação.
Segundo os ensinamentos, o foco em nós mesmos é um dos motivos de reforçar o sofrimento. Quando oferecemos nosso coração para olhar as dificuldades dos outros seres, surge em nós o desejo sincero e compassivo de querer ajudar.
Por fim, para gerar compaixão, é como se tivéssemos vestindo as sensações, pensamentos, dores, daquela pessoa em nós, estamos naquele mesmo lugar. Será que costumamos olhar, cuidadosamente, para cada sofrimento, de cada reino, da roda da vida? É inútil teorizar ou tentar psicologar o outro… é preciso gerar compaixão.
Ouça agora “Como gerar compaixão mesmo diante de emoções nocivas?”
Seguimos em grupo
Se está com dificuldades em praticar sozinho(a), de filtrar o excesso de conteúdo e livros disponíveis, se deseja ir além das notas de rodapé e anotações em cadernos póstumos, somos um grupo de estudos e meditação online.
Girar a Roda do Darma é colocar os ensinamentos em prática, na vida. De maneira descomplicada, nos encontramos semanalmente para olharmos mais de perto para nossa mente e as formas de se relacionar a partir da compaixão.