26 | Como amar sem ter apego?

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É possível amar sem ter apego? Sabemos de modo direto ou indireto, que por apego, nós vamos nos machucar ou machucar as pessoas queridas, ao nosso redor. Os mestres enfatizam nos abrirmos com um coração aberto e amoroso nas relações.

No contexto das quatro qualidades incomensuráveis, bodicita. Esta tem sua base sustentada por compaixão, amor, alegria e equanimidade. Aqui, estamos com a real motivação de que essas palavras sejam ações palpáveis no dia-a-dia. 

Com essas inteligências compassivas, ativas em corpo, fala e mente, nós podemos aumentar o nosso cuidado e afeto aos outros.  Isso sem precisarmos apontar dedos, termos julgamentos ou termos uma lista preferencial em mãos. A ausência de qualquer uma das quatro qualidades vai se manifestar como rigidez e distanciamento do mundo, das relações. Esse é um dos sintomas mais comuns.

Amor: uma das quatro qualidades do coração

As quatro qualidades inatas do coração não surgem como um conjunto de habilidades que vamos nos especializar para em seguida, obtermos um resultado com aquilo. De cara, nós diminuímos os venenos do apego e da aversão, quando trabalhamos com essas qualidades, o mesmo para a raiva, o ódio e a hostilidade. 

Em tempos onde há falta de lucidez, o impacto e o resultado das nossas ações estão sendo encobertos pelo amargor e falta de compreensão mais profunda do mundo interno. É como se você, eu, as pessoas estivessem muito aflitas e capotassem na própria confusão mental, por “excesso de velocidade”.

Nós podemos mudar essa atitude negativa com o ajuste da motivação correta: produzir benefícios aos seres e, em seguida, assumirmos o comando de nosso corpo, fala e mente, a partir das quatro qualidades. Em seguida, entendemos, a importância de tentar evitar as ações não-virtuosas, não como uma regra, mas como uma análise de bom-senso, um bom-senso iluminado, digamos assim.

Amor verdadeiro: olhos para ver com potencial de riqueza

“Amor” aqui é a capacidade verdadeira e lúcida de ver o outro em seu potencial, reconhecer suas qualidades positivas e irrigá-las. Caso contrário, podemos nos mover com a premissa de que somos santos, ou que temos mais espiritualidade que os outros. Em geral, isso é uma falta de compreensão mais profunda sobre nosso potencial humano. 

Você mesmo pode chegar a conclusão de que se sua energia está saltitando de um lado para o outro em meio as bolhas, terá muita dificuldade de acionar essas qualidades pois o coração e sua mente estarão apertados diante das bolhas. 

Nós vamos começar olhando nossas dificuldades e também as dificuldades dos outros. É muito importante entendermos que há esse avanço mutuo. De modo geral, quando as bolhas estouram, achamos que as nossas dificuldades são as maiores dificuldades do mundo, ficamos auto exaltados. Mas, ao olharmos para as pessoas em volta, reconhecendo as limitações e imperfeições, sem uma tabela de avaliação, um gabarito; Entendemos a nossa natureza muito mais ampla do que o nosso intelecto pode alcançar. 

Do ponto de vista da energia, quando a nossa energia se move autônoma e é dirigida por compaixão, amor e assim por diante. Nós voltamos a andar com a mesma cara, nos mesmos lugares, porém a agressão interna dá vazão para um olhar mais calmo, sereno, pleno e amoroso. Vemos que a transformação é possível!

Ouça agora “Como amar sem ter apego?”

Nesse podcast, iremos trabalhar a qualidade do amor incomensurável. Isso vem pela transformação do mundo interno, aspecto sutil. Com o exame profundo das próprias ações e a vontade de querer avançar para benefícios, nos movemos o quanto antes rumo a lucidez! Por fim, temos a citação do grande mestre indiano Shantideva: “Quando avistarmos as outras pessoas, é por intermédio delas que vamos alcançar o estado búdico.”



Livros citados no encontro

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Imagem de ivabalk por Pixabay

Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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