Uma breve apresentação das etapas de purificação, pacificação e cura em aspectos de corpo, fala e mente.
Onde estamos?
p.19 e 20 do texto “As quatro nobres verdades e o caminho óctuplo”.
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Darma da vez | páginas: 19 e 20.
Então temos uma grade, e ela vai passar por dez pontos, que são as dez ações não virtuosas, combinadas com as seis emoções, e vamos vasculhar esses sessenta pontos. Começamos essa análise com a motivação de ultrapassar as nossas conexões cármicas e atingir a liberação de todas as experiências ligadas a nossa dependência a fatores que produzem sofrimento, ou seja, a nossa dependência a fatores transitórios. E daí vamos analisar como é que estamos andando, vamos exercer o controle de qualidade, e aí vamos ver que através das sessenta posições dessa grade, vamos poder fazer uma boa filtragem da nossa própria experiência. Vamos poder fazer uma avaliação do nosso carma através desse processo.
Vocês percebam como essa varredura pode de fato proporcionar uma alteração, porque não vamos mais olhar a nossa experiência através desses elementos, estamos olhando além deles, estamos percebendo que esses elementos estão automatizados, produzindo complicações dentro de nós e não só complicações em mente, mas complicações em saúde, que é corpo, complicações em emoções. Vamos perceber que estamos dominados por processos desse tipo e vamos diagnosticar a nossa situação. A partir dessa análise, em vez de dizermos que os outros são horríveis, vamos localizar a origem das experiências, seja de aversão, de medo, de raiva, de carência, seja qual for a emoção. Então já vamos ter uma grande transformação, apenas pelo diagnóstico.
Nós vamos ter muitos sonhos, ou seja, vamos revolver o lodo, e onde estivermos aquele lodo vai estar em movimento, porque vamos estar no meio de um processo. Os nossos apegos, todas as nossas complicações vão brotar através dessa varredura. Vamos ter condições de dizer que uma determinada experiência vem por orgulho, ou por inveja, ou por medo, e não pelo outro propriamente. Então conseguimos encontrar a nossa face no mundo. Em vez de olhar o mundo como separado, começamos a olhar o mundo como inseparável de nós, de forma real.
Mais adiante, quando transformarmos as nossas emoções, vamos transformar a nossa experiência de mundo. Essa transformação da experiência de mundo altera os ventos, as energias internas, e alterando os ventos, a nossa saúde muda. podemos, por exemplo, nos curar de doenças complexas. Eu não vou dizer que vamos viver para sempre e nunca vamos adoecer, porque temos carmas inevitáveis. Por exemplo, temos um corpo e esse corpo tem o seu próprio carma e então as doenças vão surgir, mas há uma menor possibilidade de surgirem os desequilíbrios, porque eliminamos parte das fontes que geram esse desequilíbrio, mesmo os acidentes vão se reduzir. Por quê? Porque parte da perturbação dos nossos ventos distrai a nossa mente, a nossa atenção.
Essa análise pode ser ampliada ainda mais, essa meditação pode se tornar mais complexa. Por exemplo, podemos localizar se já temos efeitos cármicos devido a essas ações, ou seja, num primeiro momento localizamos os impulsos de ação, mas podemos ver se já realizamos ações de forma completa, ou se estamos planejando ações ou se estamos apenas aspirando.
Nós podemos tornar essa grade mais ampla, seria como uma psicanálise budista, um processo de varredura. Mas é importante lembrar que aqui não tem alguém culpado, não há um ser dentro disso, e nem há a necessidade de explicações, justificativas, formas causais de explicar qualquer ação ou impulso de ação. Esse não é o caso, não precisamos das explicações, precisamos apenas perceber se aquilo está presente ou não. Temos liberdades da mente e então vamos ultrapassar as dificuldades pela liberdade, porque podemos agir daquela forma ou não. Então vamos decidir por não fazer.
Depois, o que vai acontecer? temos um outro roteiro que pode surgir das ações positivas. Então olhamos uma por uma, e isso é o pensar, podemos, por exemplo, tomar a Compaixão. Depois vasculhamos se temos algum ser, ou alguma situação onde efetivamente praticamos compaixão no sentido que o Buda nos explica. E aí descobrimos que eventualmente sim ou, eventualmente que não, tanto faz, as duas coisas são muito importantes. No meio desse processo podemos descobrir áreas onde gostaríamos de praticar e não estamos conseguindo, ou descobrimos áreas de grande dificuldade em que essa transformação para a compaixão seria efetiva. A quinta etapa é uma etapa muito importante, porque vamos substituir o impulso das ações negativas pela lucidez das ações positivas.
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