A sabedoria vem das rugas ou da Wikipédia?

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Nós tendemos a romantizar uma pessoa sábia com rugas ou cabelos brancos e que tem algo a dizer sobre como devemos seguir a nossa vida.

A experiência biográfica de alguém no espaço e tempo, não significa sabedoria.

Tanto que podemos encontrar facilmente pessoas com idade mais avançada que nós e que se comportam como adolescentes birrentos e mimados. Apenas reclamam de uma realidade que é pura dádiva.

Por outro lado, temos os jovens sábios, imponderados pela Wikipédia.

Provavelmente, passaram ou passarão a vida inteira dentro um quarto com ar-condicionado estudando sobre como a vida deveria ser. Mas, não há um referencial de experiência palpável ali, de fato. Apenas teorias diante de uma realidade que brinca com os nossos palpites.


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Para nós, a contemplação da ambiguidade humana, suas riquezas e contradições, são o ponto chave para aceitarmos a impermanência e as 4 passagens naturais da vida: nascimento, envelhecimento, doenças e morte.

Isso está descrito na 1º Nobre Verdade, a verdade de Dukha e também falamos de liberação de vida e morte. Estar aberto a incorporar essa sabedoria, Prajna, em nossas vidas, nos da um maturidade natural no modo de encarar a vida. É algo natural que é incorporado na ação.

Sabedoria e vida contemplativa

Se não considerarmos a vida contemplativa como meio de se relacionar com a realidade, tudo que falamos e apontamos fora de nós é apenas uma falsa notícia.

Daí, precisamos de uma vida contemplativa e um eixo, caminho e lucidez para fazer a sabedoria surgir de dentro, sem artificialidades.

No nosso caso, nos sentamos em meditação e precisamos contemplar, tornar vivo o que estamos estudando e dispostos a transformar.

Nos alegramos em ter as 4 Nobres Verdades e o Caminho de 8 passos como um meio legitimado por pessoas de carne e osso, desde a época do Buda até agora.

Sendo assim, precisamos soltar a nossa autoimagem, se realmente quisermos avançar. Começamos com a seguinte pergunta: “Quem sou eu?”

Talvez isso pareça demasiadamente inviável de ser praticado.

Então, temos a segunda opção, mais próxima e que evitamos a todo custo: “Quem sou eu diante da morte? Para que tanta importância às minhas auto-referências?”

Gostar ou não gostar não muda o modo como lidamos com as coisas quando ficamos sem chão.

Já contemplar os ensinamentos de sabedoria, Prajnaparamita, isso sim ajuda a termos Visão e ações coerentes na vida.



Participe!

Imagem de Felix Lichtenfeld por Pixabay

Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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