Jana-Marana | 12° elo – Crise, decepção, morte e liberação

12-elo-jana-marana-crise-morte-decepcao-liberacao-identidades
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Jana-Marana é o 12° elo da Roda da vida. É simbolizado por uma pessoa deitada em uma maca em processo de morte, representa também a decrepitude do corpo, a doença, o luto, as lamentações, decepções e as crises em geral. É quando a identidade entra em colapso. Existe amargor nos olhos nesse elo.

O 12° elo é onde o drama da identidade acontece. É quando aparentamos ficar sem chão, quando a nossa segurança é sacudida pela impermanência da realidade.

Na raiz da questão, o que é a experiência de 12° elo? Não é apenas quando morremos fisicamente, mas quando não conseguimos mais obter o resultado desejado a partir das bolhas.

Inconscientes de estarmos fixados nas bolhas, sustentamos uma fixação. Simplificamos como “apego”, descritos no 9° elo e claro, os elos anteriores. 

O 12° elo aos olhos da sabedoria

Na abordagem de Prajnaparamita, os 4 ambientes das bolhas, ou seja, a nossa relação com coisas, pessoas, lugares e situações, são vistos como uma “experiência de” em vez de seguirmos a solidez, a concretude habitual.

Com essa clareza, o 12° elo é visto como uma vantagem em vez de uma tragédia. 

Jana-Marana é se fantasiar com o sofrimento das identidades por andar cegos na realidade com a delusão nos olhos.

Qual o lugar interno onde o sofrimento perde força? Olhamos a sabedoria da origem dependente, os 12 elos, e  temos o detalhamento em etapas de como o sofrimento surge e cessa. 

A falsa sensação de controle e poder sobre a realidade vem da fixação ao apego.

Esquecemos dos ensinamentos dos 12 elos, nós estamos criando as identidades dentro das paisagens de jogo o tempo todo.  No 12° elo, o sofrimento de Dukha vem à tona. 

Bodicita

Temos os 3 tipos de sofrimento e um deles, em especial, é o sofrimento totalmente pervasivo. Nós deixamos de repousar na realidade de forma mais ampla pois estamos fixados aos estados mentais flutuantes, as marcas mentais, que por sua vez, tem sua origem na ignorância, avidya, que oculta e obscurece a nossa liberdade natural, o céu da mente. 

Assim, temos essa alegria do bodisatva em nunca desistir dos seres. Ao mesmo tempo, mantém a lucidez e expande os meios-hábeis para aliviar o sofrimento dos seres para descobrirem quem verdadeiramente são. 

Com a motivação correta, bodicita, nós nos perguntamos: 

  1. Como andar de outro jeito no samsara
  2. Quem somos em nossa essência, além das bolhas? 
  3. Como ajudar verdadeiramente? 

Entendemos que a essência de avidya, que sustenta os 12 elos, é pura  luminosidade e vacuidade, portanto, essa é a nossa essência. O samsara é uma exibição da sabedoria em sua natural perfeição. Desse modo, elucidamos a natureza  do sofrimento e suas causas. E assim, ele perde força. 

Assim, tudo que vemos é a natural perfeição, tudo que precisa de movimento é a Terra-Pura da mandala das 5 sabedorias e assim, nos movemos sem pressa e o mundo ganha sentido dentro de uma visão de lucidez e compaixão.

Ouça agora




Inscreva-se para receber os informativos gratuitos da Roda do Darma por e-mail .



Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *