Meditação: Shamata ou Rivotril? Como acalmar a mente.

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Créditos da imagem: Samuel Austin

O termo “meditação” ganha destaque em nossa cultura e naturalmente, pode ganhar outras conotações diante do turbilhão de conteúdo à respeito e nossos contratos irrevogáveis sobre as situações da vida. Existem alguns equívocos comuns onde essa prática milenar é simplesmente interpretada como um tipo de “relaxante” mental, algo como esvaziar a mente, ficar “Zen”, não pensar em nada, etc.

A meditação Shamata pode ser traduzida como “calmo permanecer” ou “quietude serena.” Sem muitas delongas científicas… a experiência dessa prática é descrita pelo comentário do professor Lama Alan Wallace:

Quando praticamos shamata, estamos tentando escapar de ficarmos ausentes, categorizando, praticando introspecção. Estamos tentando nos aproximar de qualquer evento mental que surja. A nossa consciência está iluminando esses eventos mentais. É como beber água e não termos dúvidas a respeito da natureza dela. Se você apenas observar e não reificar os pensamentos com gosto ou não gosto, o que acontecerá na mente? Ela enfraquecerá e todos os sentidos físicos serão absorvidos na natureza do espaço da mente.

Se só praticarmos shamata, é como se tivéssemos tomado um anestésico, e os sintomas mais evidentes do samsara estarão adormecidos, sedados. É só uma questão de tempo: quando você perder esse samadhi e você retornará ao ponto anterior da sua prática. A mesma coisa aconteceu com o Sidarta Gautama. Ele simplesmente se recolheu um pouco, mas isso não é a liberação do samsara.


Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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