O que ninguém te contou sobre a felicidade

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Estamos vivos e presentes enquanto respiramos. Estamos? Uma vida com sentido, em busca de felicidade, está em sintonia com a verdade da realidade como ela é. Isso diz respeito à compaixão como um modo de ser, uma atitude. Já somos felicidade. O que nos impede de tornar essa visão mais nítida?

Quando entendemos a vida humana preciosa, apreciamos nossa respiração, pois ainda estamos vivos! Somos um hotel ambulante chamado de corpo, e em breve, devolveremos o estabelecimento. Esse é o fluxo. A impermanência nos impulsiona para o servir, o senso de oferecer. 

A nossa descoberta é tomar as adversidades e transformá-las em alegria. Sem essa direção, nós ficaremos presos nos dramas e histórias das identidades como solidez diante das situações e pessoas ao nosso redor. 

Felicidade incomum

A nossa vida melhora a partir da meditação, da compaixão, do amor e da sabedoria. Dentro dos ensinamentos, temos os chamados “provisórios” pois são como remédios usados para recuperarmos a nossa saúde natural. Eles nos ajudam a entender a questão de carma e mérito como ponto de partida.

Como bodisatvas reconhecemos a importância dos quatro pensamentos que transformam a mente. Sem radicalismos a favor ou contra, mantemos a visão de lucidez. Estamos dispostos a ajudar. Entendemos a consequência de responder ao mundo com agressividade, paixão ou indiferença. Agir assim nos deixa incapazes e, por vezes, tristes também.

Aos poucos, nossa segurança terá como base o refúgio e a bodicita. 


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Todo bodisatva é demasiadamente sensível às dores dos seres e aberto ao mundo. Por uma liberdade interna, temos uma felicidade incomum por debruçar a veracidade dos ensinamentos e ao mesmo tempo, tem uma tristeza em ver os seres se atolando de novo e de novo no samsara.

Então, a partir desse discernimento, do mundo interno, nós ampliamos o alcance da compaixão e sabedoria.

A felicidade começa quando mesmo?

Na visão budista, a felicidade se amplia com a consciência da mente por trás de cada ação. Esse é o ponto de partida para uma vida plena e positiva. No caminho, nós podemos ter aspirações como saúde, bem-estar, longa vida, necessidades básicas, ter pessoas positivas ao redor.

Toda manhã, meu pai costuma pegar uma daquelas cartelas da mega-sena. Ele tem várias em casa, em sua gaveta do birô. Depois de tomar o seu café-da-manhã, ele se torna mais introspectivo, e enquanto ele marca os quadrados na cartela, com a sua bic azul e os seus números da sorte, faz aspirações sobre como lidará com o dinheiro, caso seja vencedor.

É quase um ritual. Nós deveríamos fazer o mesmo: dedicar um tempo no dia para fazer boas aspirações, se possível mais elevadas do que gostar ou não-gostar, além do supérfluo, e em uma direção mais positiva. 

O poder de um coração compassivo

Todos os seres aspiram à felicidade e desejam evitar o sofrimento. Alguns deles sofrerão quando o carma negativo amadurecer. Por vezes, nem nos damos conta do quanto nós estamos estagnados em um referencial negativo, pouco elevado em nossos corações.

Sempre que tomamos o “para mim, o meu ou minha” como sendo ponto de partida de qualquer ação, precisamos dos ensinamentos baseados em méritos e carma. Já quando começamos com a questão da sabedoria, é sobre que podemos aprender com a realidade.

Ela não se importa com as nossas opiniões,  que perguntamos o que ela tem a dizer sobre a vida?

Como posso ajudar? Ao estar disponível e ver os seres a partir de compaixão, amor, alegria e equanimidade, nós vemos por igual e portanto, os outros são os nossos professores. Eles apontam diretamente os vestígios de autocentramento, sem clareza dentro de nós. 

A vida não tem um manual, mas dá pra andar de modo positivo. 

Possamos desconfiar e perceber por nós mesmos: “Será que é verdade que quando nós estamos disponíveis para ajudar, a nossa vida melhora?” Estou realmente disponível para ajudar? Ou apenas afundo cada vez mais em minhas próprias lamúrias e dramas?  

Ouça agora o PODCAST “O que ninguém te contou sobre a felicidade”



REFERÊNCIAS



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Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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