Para se ver com compaixão: além dos rótulos impostos a você e aos outros

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Você já parou durante a semana para se ver com compaixão?

Segundo os ensinamentos, a compaixão é uma inteligência disponível para nos reconhecermos além dos rótulos impostos a nós mesmos e aos outros.

Essa questão dos rótulos é assim: se nos colocamos em uma posição interna enquanto pessoas resolutivas, vemos os outros espelhados nisso e, portanto, eles também precisam ser resolutivos.

Por exemplo: se eu me vejo como alguém que se move por controle, tento assinar um contrato e exercer controle no outro. No entanto, se eu me posiciono a partir da ação da mente compassiva, é natural que eu veja compaixão ao redor.

Nas situações em que estamos desequilibrados, nos sentimos enrijecidos e tensos, nossa respiração se altera e as emoções ficam expostas. Somos raptados do momento presente e todo o nosso senso de gravidade passa a ser direcionado para dentro de uma bolha.


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Com a compaixão, desatamos o nó do desejo e apego

Se temos uma chateação em relação a algo, nós apertamos a corda do desejo e do apego, contando a mesma história vez após vez. Batemos o martelo da identidade que culpa, julga e condena como certo/errado, sucesso/fracasso, vitória/derrota, paixão/ressentimento.

Quando cristalizamos a situação, nos tornamos insensíveis. Estamos fixos a algum referencial dos seis reinos sem termos consciência disso, propriamente. Apenas respondemos com automatismos e nos desconectamos da realidade como ela é.

Conscientes disso ou não, estamos costurando relações a todo momento, seja conosco, com os outros, seja com a sociedade, com a natureza. Nunca estamos sozinhos. Dessa forma, podemos reconhecer que a mente é uma agulha, e a linha com a qual estamos costurando as nossas relações mais profundamente é a compaixão.

A compaixão precisa “emergir” por vontade própria, digamos assim. E isso só pode acontecer se estivermos aliados à sabedoria, que no nosso caso é o Darma. Toda visão de sabedoria é muito mais aconchegante que qualquer visão dentro da bolha.

Imagem de Paul Bond.



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Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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