Nós estamos seguindo com a compreensão sobre a meditação e como a experiência disso se dá, tanto interna quanto externamente. Quando estamos imóveis em corpo, fala e mente, podemos olhar com mais profundidade para os impulsos que brotam, genericamente chamados de pensamentos e emoções. Então, a prática começa quando nos damos conta de que entre um pensamento e a quietude, há uma lucidez que discerne e descortina a si mesma.
No caso, a prática em si será a shamata com foco na energia. Recomendo algumas meditações guiadas para irmos treinando, exercitando a capacidade de dirigir a própria mente. De vez em quando, é interessante lembrar da motivação correta se sentarmos para praticar pois segundo os mestres, isso acelera o processo de decantação da mente agitada e o processo de re-iluminação se torna natural.
As seis perfeições (paramitas)
Como estamos dentro de um estudo sobre as quatro nobre verdades e o caminho de oito passos, segue a lista para uma revisão, se achar que é necessário. É sempre bom rever alguns conceitos importantes, refrescar um pouco a memória.
- Generosidade
- Moralidade
- Paciência
- Energia Constante
- Concentração (atual)
- Sabedoria
Sugestão para aproveitar os estudos
- Leia o trecho “Darma da vez” escutando a gravação do estudo em no podcast;
- Enriqueça a sua compreensão: Procure exemplos em sua vida com pessoas próximas, nos noticiários, nas diversas conversas entre amigos, no trabalho, etc.
- Antes de seguir para o próximo estudo, anote os exemplos ou as eventuais dúvidas e se preferir, compartilhe com o grupo de apoio aquilo que achar apropriado, dentro do escopo do tema.
Darma da vez
O que acontece na meditação? Ir além do que parecer ser o óbvio
Mas agora não, devido ao exercício da imobilidade, não vamos reagir. Não vamos reagir nem em corpo, nem em fala e nem em mente. Por isso, quando qualquer impulso surgir, aquele impulso é visto de uma maneira maior do que a maneira ordinária, porque antes veríamos o impulso e simplesmente andaríamos. Mas agora estamos vendo que aquele impulso, não é uma criança, um cachorro, um galo, um automóvel, mas que aquele impulso é inseparável da nossa estrutura interna, à qual respondemos há vidas. Assim, enquanto nos movemos, vamos entendendo melhor a nós mesmos, através de todas as aparências externas.
É como um tigre que naturalmente reage e sai correndo atrás dos animais que surgem à sua frente, ou seja, ele olha com o olho de tigre, o que parece completamente normal, e é, mas é um comportamento dentro de samsara. Mas se o tigre estiver treinado para meditar, ele vai ultrapassar a noção de tigre e quando ele tiver o impulso de tigre, em vez de ele olhar o impulso como o animal à sua frente, ele vai olhá-lo como a sua própria estrutura se oferecendo. Ele começa a olhar os fenômenos externos como internos. Isso só é possível porque ele pára. Se ele não gerasse a primeira forma de Dhiana que é o repouso, ele não conseguiria ver essa segunda fase, ou seja, se ele não tivesse em completo silêncio não haveria como perceber isso.
Podcast
A seguir, aperte o play e acompanhe o estudo em áudio:
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Capa de Benjamin Balazs por Pixabay