Um século atrás, o vagabundo iluminado Patrul Rinpoche vagava como um mendicante anônimo, quando ficou sabendo de um famoso eremita que vivia há muito tempo em reclusão.
Patrul foi visitá-lo, entrando na escura caverna do monge sem ser convidado e espiando por todos os lados com um sorriso irônico em seu rosto castigado.
—”Quem és?”, perguntou o eremita. “De onde vieste, para onde vais?”
— “Venho da direção atrás das minhas costas e vou na direção que está à minha frente”, respondeu Patrul.
O eremita ficou perplexo.
—”Onde nasceste?”
— “Na terra”, foi a resposta.
O eremita ficou um pouco agitado.
—”Como é teu nome?”, ele exigiu.
—”Iogue Além da Ação”, respondeu o convidado inesperado.
Então Patrul Rinpoche inocentemente perguntou por que o eremita vivia em um lugar tão remoto. Era uma questão que o eremita, com algum orgulho, estava preparado para responder.
— “Estou aqui há vinte anos. Tenho meditando na Perfeição da Paciência transcendental.”
— “Essa é boa!”, disse o visitante anônimo.
Então, chegando mais perto, como para dizer um segredo, Patrul sussurrou:
—”Dois charlatões como nós nunca conseguiriam fazer uma coisa dessas!”.
O irado eremita levantou rápido de seu assento.
— “Quem tu pensas que és, perturbando meu retiro assim? Que te fez vir aqui? Porque não podias deixar um humilde praticante como eu meditando em paz?!”, ele explodiu.
— “E agora, amigo”, disse Patrul calmamente, “onde está sua perfeita paciência?