Inveja e ciúme | Reino dos semideuses
A mentalidade da inveja/ciúme tem uma propensão para disputas, brigas e guerras. Há uma ocupação constante na busca por territórios e posições de poder; uma preocupação com a própria reputação. O tempo é ocupado com atritos e discussões por causa das desavenças.
A dor mais profunda dessa mentalidade é perceber o glamour, o acesso fácil às coisas materiais, a capacidade de manipulação, da criação de felicidade manufaturada e sedução do reino dos deuses, o sucesso deles. Um ressentimento insuportável vem a tona pois a mentalidade invejosa não suporta estar no segundo lugar no pódio…
Naturalmente, a mentalidade de ciúme/inveja percebe a possibilidade de galgar postos para enfim “chegar lá”. Como mencionado, essencialmente há uma aspiração sutil por reputação e poder. Surge uma inquietação, uma necessidade de estar em velocidade, uma busca incansável por uma estratégia vitoriosa e pavor para evitar a derrota. Há uma inundação mental baseada em vantagens/desvantagens, e a busca por recursos – armas, proteções, objetos – para que essas aspirações sejam concretizadas.
O espírito competitivo é o que faz o brilho da mentalidade resplandecer: lutas, brigas, disputas. Eventualmente, ao se elevar nas diversas situações, brota naturalmente uma sensação de superioridade: “Maravilha! Estou na frente! Estou fazendo mais que o outro, sou superior!”
Ciúme e inveja em alta velocidade
Por estar sempre ocupado em se expandir, galgar posições e conquistar, a mentalidade invejosa está sempre inquieta, a tentar obter lucro e vantagem imediatos. Passa a evitar qualquer possibilidade de se ser atacado. Há uma sustentação sutil de tentar, a todo custo, se manter superior, maior e mais elevado.
A inveja/ciúme nos traz uma falsa espontaneidade. Tudo precisa ser meticulosamente calculado. Somos arrastados por uma paranóia excessiva, nos comparamos de maneira destrutiva, o tempo todo. “Preciso identificar as fragilidades, analisar o meu movimento.
Qual será a minha próxima jogada? Preciso identificar a estratégia do meu oponente, estudá-lo minuciosamente, avaliar o meu progresso!” Todas as situações da vida – relações, carreira profissional, telefonemas, etc. Elas são vistas como jogos, no sentido de que existe sempre um oponente a ser vencido. Assim, todas as ações externas são vistas como ameaçadoras ou suspeitas. “É melhor tomar cuidado com os outros! Eles são meus aliados ou inimigos?”
Para resolver os problemas externos, nos dispomos abertamente a lutar. Nós nos recusamos a escutar o que as pessoas nos dizem ou querer nos mostrar pois todos são vistos como inimigos. É como se houvesse uma grande conspiração contra nós. Não há espaço para aprendizado, tampouco para prática do Darma.
Imagem de Steve Buissinne por Pixabay
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