Concha do Darma | Dukha

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Lama Padma Samten

Quando não temos sabedoria, as coisas ruins existem como sendo concretas, não têm nome e forma. No caminho da liberação do sofrimento, o primeiro passo é descaracterizar a experiência de sofrimento.

Elizabeth Mattis Namgyel

A vida tem sabor agridoce

Dalai Lama

Todos os seres aspiram a felicidade e desejam se livrar do sofrimento. No meio desse movimento, plantamos sementes de sofrimentos futuros.

Diversos

Estamos tentando segurar aquilo que está sempre mudando.


Em suma, a mesma experiência de felicidade pode se tornar a infelicidade futura.


Nós conseguimos algo que ainda não temos. E depois, ficamos com medo de perder.


Algo que aspiramos muito e parecia bom, agora já não é tão bom assim.


É um desequilíbrio sobre o que achamos que a realidade é e a natureza da realidade tal como ela é.


Dukha é como um eixo de veículo desalinhado. Na época do Buda, o veículo mais robusto era uma carroça. Imaginemos o esforço para levarmos uma carroça mais adiante.


É como um homem vagando no deserto por muitos dias, sedento por água.


Não tá fluindo. Está desconfortável.


Insatisfação, ansiedade, energia baixa, depressão, etc.


O nascimento de uma criança pode ser um momento de felicidade e esperança para os pais.


Por favor, esteja desperto para o fato de que Dukha está presente e que [esse processo] pode ser ultrapassado, liberado.


É como entrar numa montanha-russa e se decepcionar porque o brinquedo tem altos e baixos.


É como tomar um copo d´ água com açucar e sal. Em seguida, achar irá se sentir satisfeito.


É uma sensação de desgaste sem fim.


É como tentar impor um ritmo, dimensões e controle sobre as circunstâncias da vida, de modo artificial.


É como ter a sensação de estar rodando em círculos, hipnotizado pelo movimento da mente.


É como tentar controlar o movimento do vendo com as mãos.


É como um bêbado tentando equilibrar pratos e cada vez que ele desequilibra, se embriaga ainda mais.


É como depositar nossa felicidade e segurança em barcos de papel e nos colocarmos em alto mar.


É como uma moeda onde cada face representa – felicidade e infelicidade. Jogamos a moeda e ficamos na expectativa, geramos apego ou aversão ao resultado e voltamos a jogar a moeda, sem nos darmos conta.


Cedo ou tarde, aquilo que mais aspiramos nos traz algum nível de desconforto.


É como tomar água do mar imaginando que a saciez é possível.


Desejar um cargo mais elevado no trabalho e assim que chegar lá, já pensar em dar entrada nas férias.


É como estar num barco em alto mar e não se dar conta de que há um furo no barco.


Dukha é um sintoma geral que toca a todos. Precisamos começar por aí.


Aquilo que uma hora nos alegra pode se tornar a raiz do nosso sofrimento.


Ansiedades a partir das histórias que contamos para nós mesmos. Giramos, giramos e giramos sem sair do canto.


Viver se movendo de um lado para o outro assombrado pelo próprio medo, um jogo em busca de uma luz externa e medo da própria sombra.


Lama Surya Das

O Budadarma não ensina que tudo é sofrimento. O budismo diz que a vida é, por sua natureza difícil, falha e imperfeita. Essa é a natureza da vida, e essa é a primeira nobre verdade. Do ponto de vista budista, isso não é julgamento de alegrias e tristezas da vida, está é uma simples, pé no chão, descrição factual.

Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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