Desejo e apego são os venenos da mente capazes de chacoalhar nossas vidas de uma hora para outra. Um dos métodos mais eficazes de lidar com ambos, é ter consciência de como nós criamos e sustentamos essas experiências.
Ao contemplarmos a impermanência, nós percebemos o quanto de esforço e dedicação é justificada a ponto de continuarmos lutando e se machucando para sustentar tanto o desejo quanto o apego. Aliás, há também o fator de aversão ou hostilidade. Não é comovente? É justamente aquilo que nos atrai por desejo e, em seguida, se torna “apegante” que se tornará a razão de aversão.
Nós não buscamos verdadeiramente por churrasco, um carro, uma namorada, um emprego, um negócio uma festa ou uma viagem, por exemplo. Nós buscamos nos conectar, nos relacionar para encontrar a felicidade e desejar evitar a infelicidade. Porém, devido a obscurecimentos da mente, nós acabamos em sofrimento ou insatisfação.
A impermanência é ruim?
A contemplação da impermanência vem para nos mostrar a real situação das coisas – nós somos uma natureza livre e com um potencial criativo para se fazer de um jeito ou de outro. Nós somos mais próximos de reticências do que ponto final; Fixos e imutáveis.
A boa notícia é que não há um culpado e uma vítima por isso. Porém, precisamos ir mais a fundo, além do intelecto, a fim de internalizar essa inteligência mais profunda sobre as coisas. A impermanência é o que é. Nem boa, nem ruim. É como constatar a gravidade – sem dúvidas que se levantarmos um copo de vidro e o soltarmos, ele caíra.
Do mesmo modo, uma vez contemplada, teremos confiança de seguir em um caminho de tranformação sem nos fixarmos ao desejo e sem no grudarmos ao apego. A impermanência é nossa aliada. O que resta nesse caso? Um coração aberto e disposto a aliviar o sofrimento e suas causas. Ajudando os seres a fazerem o mesmo!
Segundo os grandes mestres, a impermanência abre nossos olhos para termos mais paciência e compaixão pelos seres que se sentem presos ao sofrimento auto criado. Porém, veremos a seguir a possibilidade real e palpável de liberação dessas amarras invisíveis.
Que muitos possam se beneficiar!
Para aproveitar os estudos:
- Escute a gravação do estudo no podcast;
- Enriqueça a sua compreensão: Procure exemplos em sua vida com pessoas próximas, nos noticiários, nas diversas conversas entre amigos, no trabalho, etc.
- Anote os exemplos ou as eventuais dúvidas. Se preferir, compartilhe com o grupo de apoio suas experiências ou entre em contato para um acompanhamento individual.
Podcast
A seguir, aperte o play e acompanhe o estudo em áudio:
Crédito Trilha Sonora:
The Sun is Scheduled to Come Out Tomorrow de Chris Zabriskie está licenciada sob uma licença Creative Commons Attribution (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Origem: http://chriszabriskie.com/honor/
Artista: http://chriszabriskie.com/
Imagem e edição de áudio por @lordbrito
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Olá
Preciso muito de ajuda em relação ao apego aos meus filhos, desde que fui mãe há 18 anos atrás minha vida tem sido de sofrimento ao medo de perde-los. Preciso mudar minha visão em relação a eles e a vida.
Como poderiam me ajudar?
Se você puder observá-los a partir da mandala das 5 sabedorias, esse medo será transformado em caminho.
Cada sabedoria tem uma ação correspondente: acolher, incrementar, discernir, destruir a negatividade e liberar.
A sabedoria que ajuda a nossa relação com a vida, em geral, está associada a ação de discernir. Sabedoria discriminativa. Então, uma boa coisa que podemos extrair dessa sabedoria é entender o que é sabedoria e o que não é, o que posso extrair do apego? O que ele produz e como lidar com o sofrimento que surge, no fim das contas.
Essa sabedoria discriminativa está relacionada as 4 nobres verdades e o caminho de 8 passos, que é a questão de como andar na vida e acolher o sofrimento sem mais sofrimento? A resposta é entender as 4 nobres verdades e o caminho de 8 passos.
Que você possa ajudar outras mães também!
Seja feliz. Seguimos conversando.
Roberto.