Um fetiche chamado “vida espiritual”

VIDA-ESPIRITUAL
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

“Meditarei todos os dias!” ⁣
“Sempre me pego travado em problemas…” ⁣
“Vem cá que vou lhe explicar os preceitos de uma vida espiritual!”


O que essas afirmações têm em comum?⁣

Podemos dizer todos os termos, saber todos os rituais, ter feito muitos cursos com o professor A ou B, retiros dos mais diversos formatos, ter um diploma homologado sobre alguma área holística ou quântica, mas não estamos interessados por uma vida honesta e sincera. ⁣

Queremos palco e aplausos: um teatro da identidade, mais um enredo dos 6 reinos, uma piada sem graça que insistimos em contar para nós mesmos e os outros. ⁣

A transformação indicada pelos seres de sabedoria se torna um mais fetiche intelectual de nossa parte. Lacunas de compreensão e parcialidades sobre a vida espiritual são derivadas de ingenuidade, ganância, confusão e engano mental, preguiça e falta de uma orientação sobre o tema. ⁣

Onde a vida espiritual acontece?


A nossa busca é olhar para dentro com honestidade. Não adianta sair por aí com uma boa retórica e uma “energia alto astral” sobre a espiritualidade. Isso não significa que você está transformando o seu coração e sim, o maquiando com mais uma separação entre o céu e a terra. ⁣

A vida espiritual acontece quando estamos abertos ao que acontece

É necessário dedicação. O aprendizado é se abrir ao que acontece. Sair por aí como cosplay espiritualmente erradicado é interessante, chama a atenção, mas não se sustenta por muito tempo já que é um movimento cármico propriamente dito (ver originação dependente). ⁣

Buscamos pela verdade das coisas como são. Olhamos para nossa curta vida humana em seu potencial: percebemos a nossa finitude, organizamos uma rotina de práticas de modo que o mau-hálito espiritual diminua e nossa ação corresponda a realidade.⁣

A vida espiritual surge como uma consequência natural. Não diz respeito a ter cabelos brancos ou ser intelectual, ter excelência nos rituais, e assim por diante. ⁣

A dedicação aos estudos e as práticas diárias virão por necessidade, tal como ter fome ou sede. Ambas são sustentadas pela busca de uma verdade transcendente aos enganos da mente humana. Não tem nada a ver com um fetiche intelectual ou uma carência afetiva para fazer parte de um grupo. ⁣

Temos coragem para isso?


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Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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