#4 | Como domar a mente? Bodicita

compaixão
Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Como domar a mente?” é uma série composta por trechos de ensinamentos transcritos na passagem de S.E. Gyeltshen Tulku Rinpoche, no Centro Gyare Druk Recife, de 19 a 21 de julho de 2019. Os textos são uma compilação pessoal sobre o tema abordado – o Mahamudra da mente – e serve apenas como um apoio e incentivo à prática de meditação, em especial, no contexto do Darma.

Que muitos seres possam se beneficiar!

Sobre Gyeltshen Tulku Rinpoche

Sua eminência Gyeltshen Tulku Rinpoche nasceu em Trashiyangtse, Butão, em 1953. O Rinpoche recebeu ensinamentos e bênçãos de muitos lamas espirituais realizados em vários ensinamentos budistas.


Bodicita – a mente do despertar

  • Se você tem uma mente que busca dissipar os estados mentais insalubres, isso nós chamamos de mente do despertar;
  • Se você não busca pelo despertar, o próprio caminho espiritual se torna algo mundano. Isso se dá como condições favoráveis momentâneas. Isso se dá por vários caminhos que não estão de acordo com os ensinamentos; 

Os diversos caminhos para liberação

  • Quando você busca o caminho apenas para si mesmo, isso é chamado de caminho para autoliberação;
  • Quando você reconhece que todos os seres reconhecem que todos os seres aspiram se livrar do sofrimento e reconhecermos eles como uma família humana; Isso é o pensamento mais amplo, a mente do grande despertar;
  • A diferença entre budistas e não-budistas é o refúgio nas três-jóias. Ambos têm o estado mental disponível de bodicita para eles. 
  • Os contemplativos budistas têm como objeto de confiança e fé as três jóias; 
  • Os veículos – yanas – em si não possuem uma diferença sobre serem melhores ou piores que os outros, são caminhos de acesso ao Darma;
  • No Hinayana, o veículo menor, nós pensamos apenas em nós mesmos. No veículo maior nós temos a compreensão de como liberar a todos os outros seres;
  • A tradição contemplativa de prática dos Sutras vem com a investigação;


A grande compaixão

  • No entanto, no Mahayana, temos a descrição do Vajrayana, mantra secreto. Nessa tradição do mantra secreto, todos os eventos ordinários não são nada mais do que a percepção pura da natureza da mente;
  • Alguns praticantes praticam o mantra secreto pedindo por dinheiro ou riqueza material, eles invocam Tara pedindo por bens, assim estamos tornando a prática algo puramente mundana. Nós nos tornamos bons vendedores do Darma;
  • Da mesma forma que você pega um ônibus e ele segue o destino que você quer, nós invocamos Tara pedindo para que ela nos ajude do modo como nós queremos. Isso, na verdade, é um estado mental mundano. Se você invoca o Buda da medicina quando está doente, isso é um sinal de que sua prática está impregnada de aspectos mundanos. Se invocamos Tara, com uma percepção, de que inevitavelmente, vamos sofrer, se eu rezo a Tara, pedindo para que você tenha a liberação. Isso pertence a auto-liberação é o veículo dos Saravakas;
  • Quando pensamos apenas em nosso benefício, isso é uma prática do veículo inferior, isso é uma prática do veículo da auto-liberação;


O maior benefício maior aos seres vem deles conseguirem erradicar a saúde mental positiva, e porque é necessário? Porque a felicidade autêntica provém de um estado mental saudável. Se não formos capazes de mostrar as causas da felicidade e do sofrimento, a mente que vagueia vai se mostrar como insalubre


Como ajudar verdadeiramente os seres?

  • Quando fazemos uma prática onde não pensamos somente na nossa liberação, recitamos o mantra de Tara, Chenrezig, etc. Não consigo ainda liberar os seres que eu possa ter as qualidades de um bodisatva para liberar o sofrimento dos seres;
  • Podemos nos inspirar no bodisatva Manjushri que é um bodisatva de décimo bumi: “Se eu não for capaz de dissipar o sofrimento que eu não me torne um Buda”;
  • Se apenas idealizarmos, nós precisamos nos engajar. Precisamos beneficiar os seres diretamente; 
  • Uma das formas de ajudar que nós vemos ao nosso alcance, é oferecer comida aos outros seres. Se formos olhar com cuidado, depois dessas necessidades serem satisfeitas, nada mais acontece. Da mesma forma, outras pessoas oferecem remédios e conforto. A pessoa melhora de vida, etc. E assim vamos indo. Isso não é em si mesmo um benefício positivo;
  • O maior benefício maior aos seres vem deles conseguirem erradicar a saúde mental positiva, e porque é necessário? Porque a felicidade autêntica provém de um estado mental saudável. Se não formos capazes de mostrar as causas da felicidade e do sofrimento, a mente que vagueia vai se mostrar como insalubre;
  • Devemos conceber as causas reais daquilo que chamamos de stress e desgaste real; Portanto, a principal prática de beneficiar os seres é ser capaz de erradicar esses estados mentais virtuosos; 
  •  O maior benefício maior que podemos oferecer e proporcionar as causas que promovem qualidades verdadeiras; 
  • Se nós segurarmos o caminho com fé, confiança, seremos capazes de nos tornar seres superiores, Aryas bodisatvas;
  • Na nossa tradição, quando encontarmos alguém humilde, mas com grande compaixão. Isso é a representação de um bodisatva;
  • Das três jóias, a maior jóia de refúgio é o mestre que aponta a tua verdadeira natureza.

Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

3 comentários em “#4 | Como domar a mente? Bodicita

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