A roda da vida é o ensinamento direto sobre a compreensão mais profunda que temos de nós mesmos. É o caminho veloz para compreendermos nossas angústias, reclamações, anseios, os altos e baixos. Quanto tempo nos falta diante dos ciclos de transmigração incessantes? Essa é a nossa tragédia.
Nós não conseguimos apontar algo de fixo, sólido, estável e escapável a impermanência com nossos olhos, ouvidos, contato corpóreo, nariz e mente.
O que há de errado comigo?
A compreensão mais aguda sobre nós mesmos é a liberação do ciclo incessante e vicioso, por vezes invisível, do samsara. É uma baita teimosia e sem sentido, acharmos que somos efetivamente uma identidade dual, separativa, sustentada por uma autoimagem de autônoma. Nós somos a própria mente que a criou. Isso parece muito abstrato?
A nossa jornada se inicia na compreensão de como que o sofrimento surge, se sustenta e se dissolve. O Buda, sentado sob a árvore Bodhi, descobriu que o movimento caótico e neurótico da mente poderia seguir outra direção.
Sustentar bolhas é pedir para se decepcionar
Nós nos despimos da sensação de autoimportância – sofrimento certo – imposta dentro das bolhas de realidade. Nossa rota é em direção à autonomia de energia, lucidez, compaixão. A bodicita é o início, meio e fim do caminho, essa é a nossa meta.
Para aproveitar os estudos:
- Leia o trecho “Darma da vez” escutando a gravação do estudo em no podcast;
- Enriqueça a sua compreensão: Procure exemplos em sua vida com pessoas próximas, nos noticiários, nas diversas conversas entre amigos, no trabalho, etc.
- Anote os exemplos ou as eventuais dúvidas. Se preferir, compartilhe com o grupo de apoio suas experiências ou entre em contato para um acompanhamento individual.
Darma da vez
p.3
Após o Buda ter atingido a liberação completa, ele passou a manhã seguinte inteira analisando como os seres que manifestam a natureza de buda ficaram presos em um processo como esse, em uma Roda da Vida. Ele examinou como o processo se dá e como é possível a liberação. Ele procurou saber como foi que essa coisa toda aconteceu e como surge a experiência da Roda da Vida.
É dito que ele percebeu que essa experiência é montada através de 12 etapas, que são etapas sucessivas, causais e, portanto, uma serve de substrato para a próxima. Ele examinou como todas essas etapas são montadas e como podem ser desmontadas, como suas experiências podem ser revertidas.
Giro da Roda do Darma e os doze elos
Conta-se que ele ia do primeiro ao décimo segundo elo e do décimo segundo ao primeiro. Ele percebeu, então, que nós montamos andando em uma direção e desmontamos andando na direção oposta. Assim é o ensinamento da Roda da Vida.
Como todos os ensinamentos budistas, o ensinamento da Roda da Vida tem vários níveis de compreensão. Nós podemos compreender em um nível muito simples, onde nós somos indivíduos separados.
Nós estamos dentro de uma experiência quase que externa, completamente dominados por alguma coisa e estamos dentro de um processo causal que, inevitavelmente, vai-nos levando em uma certa direção.
Todos os seres nascem, vivem em um tempo, durante o qual suas capacidades se expandem, se estabilizam e diminuem. Durante a vida, temos a sensação de sermos um pouco como equilibristas em um circo, muitos pratos girando. De vez em quando cai um, mas conseguimos desenvolver bem essa habilidade.
Quando o prato de uma ponta está quase caindo, corremos, o endireitamos e voltamos para os outros pratos e assim vamos. Com o tempo, percebemos que podemos equilibrar mais e mais pratos. Mais tarde, começamos a reduzir o número, até que só conseguimos girar um só prato, que representa o nosso corpo. Finalmente, nem esse conseguimos mais girar. Morremos, estamos liberados dos pratos. Depois tudo começa novamente. Isso é a Roda da Vida.
Nossas vontades estão contra nós?
Quando estamos imersos nesse processo, não conseguimos determinar como tudo começou. Também não entendemos em que direção isso vai. Não queremos que tudo se repita, mas tudo segue girando, independente da nossa vontade.
No sentido budista isso é chamado de experiência da Roda da Vida. Existe uma grande diferença em dizermos que estamos presos na Roda da Vida ou que estamos na experiência da Roda da Vida. Porque? A realidade verdadeira é a natureza ilimitada.
No entanto, podemos dentro dessa natureza ilimitada, ter a experiência da Roda da Vida, que é uma experiência limitada. Mesmo essas categorias de limitado e ilimitado não são suficientes abrangentes. Mais adiante poderemos perceber que a categoria limitada também é ilimitada.
(Palestra em Guarulhos-SP / 08.12.00)
Fonte: Compilação sobre os ensinamentos dos doze elos da originação interdependente. Ministrados por Lama Padma Samten
Podcast
A seguir, aperte o play e acompanhe o estudo em áudio:
Arte e edição de aúdio por @lordbrito
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