O trecho a seguir mantém acesa a percepção da união do silêncio e a quietude de shamata ao aspecto de visão, ou seja, uma compreensão mais profunda e ampla da realidade a partir do Darma do Buda.
Esse tema é de suma importância pois assim entendemos que não há possibilidade real de avanço sem shamata e, ao mesmo tempo, se apenas ficarmos na prática de shamata, vamos estagnar.
Uma sugestão é intercalar sessões de Shamata com foco na energia com sessões de PCR (Pensar, contemplar e repousar). Isso ajudará a destravar qualquer tipo de engano ou estado particular na meditação pois estamos seguros na direção correta, a partir de um texto de prática, no nosso caso, o roteiro de 21 itens.
É essencial ter a atitude de bodicita – antes, durante e depois da meditação. Caso contrário, o avanço na prática é como o de alguém que tenta saciar a própria sede com um copo d´água com salgada.
Segue o trecho:
Em todas as ocasiões – esteja você ensinando ou ouvindo o Darma ou praticando meditação – você deve manter a atenção plena de shamata, [como] estado de sua corrente mental. Caso contrário, [você] corre o risco de escorregar para uma das três falhas:
(1) Como um recipiente de cabeça para baixo, no entanto, as palavras do Darma são expressas, [mas] você não as ouve, ou você retém apenas o menor dos seus significados.
(2) Como um recipiente com vazamento, mesmo que você ouça os sons do dharma, sua mente conceitual é instável quanto ao seu significado do início ao fim.
(3) Como um recipiente tóxico, mesmo que você retenha as palavras do dharma, elas não atuam como remédios para suas aflições mentais, porque sua corrente mental não é sustentada pelo puro espírito de emergência e bodhicitta.
Extraído de “The Fine Path to Liberation”, Sera Khandro.
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