Como que nós fixamos as coisas e sofremos? A magia da não-dualidade

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Se olharmos com cuidado, se vocês rasparem aqui, esse objeto é barro, é argila, argila de Tracunhaém, que é ótima, não é? Esse é o ponto. Quando nós olhamos isso nós não vemos a argila, vemos o Buda na argila. Esse é o ponto, né? Então o Buda que nós estamos vendo ele é essencialmente luminoso, ele não tá na base.

Se formos alguém realista que olha isso o que tem aí é barro. Mas por alguma razão nós olhamos na conexão com a nossa estrutura cármica aquilo brota como se viesse de fora de nós. Então isso é o que chamamos de dualidade. Só que a dualidade não existe. Isso é um fenômeno conjunto, quando surge o objeto, surgiu o observador, quando surgiu o observador surgiu o objeto, eles surgem juntos. Isso é a não-dualidade.

O mestre Dogen irá dizer que a prática da lucidez é essencialmente a prática da não -dualidade. É maravilhoso! Então a visão, a chave para visão é compreender o aspecto não dual, o surgimento das coisas que é o surgimento não dual.

Agora, esse surgimento não dual, o que é? Tem uma natureza una que se abre em dois, como objeto e observador, mas ela segue una, ela parece que se abre, parece que se abre. Então na verdade a dualidade ela não existe verdadeiramente. Existe a unidade, então nós passamos a contemplar esse aspecto não dual. Mas nós precisamos entender como é que a dualidade surge como aparentemente verdadeira e isso é o processo, a descrição do processo da originação dependente. A originação dependente é nós olharmos aquilo, olhamos para o metal, olhamos o metal e vemos o Buda, olha para o metal e vemos o sino. Perdemos de ver a liberdade diante do metal.


Comentários de Lama Padma Samten sobre o tema da não-dualidade.

Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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