Quando estamos com a mente dualista, achamos que as coisas favoráveis são bençãos e as coisas desfavoráveis nós nos afastamos. Como sabemos se as bênçãos estão realmente acontecendo?
Por exemplo, o que realmente acontece quando chamamos por Guru Rinpoche, na prece de sete linhas? Será que Guru Rinpoche está fazendo alguma coisa que já não estivesse fazendo antes? Quando uma criança quer uma bicicleta, quantas vezes ela tem que pedir para obtê-la? O que estamos fazendo aqui? Será que Padmasambhava já não sabe o que se passa em nossa mente?
Estamos ativando a nossa consciência das bênçãos que Guru Rinpoche está enviando o tempo todo! A essência das preces não é uma base hedônica. O que estamos pedindo, de fato, é que todas as circunstâncias surjam como caminho do Darma. A nossa súplica é bodicita. As bênçãos se manifestam como adversidades e felicidades. As bênçãos estão fluindo o tempo todo. Vamos precisar reconhecer que essas duas manifestações são bênçãos dos Budas. Em todas as tradições, ele têm o mesmo ponto em comum: eles se sentem recebendo bençãos o tempo todo: essa é uma visão amorosa.
A visão pura é quando vemos os três kayas em todos os lugares. Para isso acontecer verdadeiramente temos que perceber que todas as aparências são vacuidade. Para os outros, as adversidades são vistas como um carma negativo. No caminho, quando rezamos para Guru Rinpoche, estamos tentando derreter as nossas aparências em Prajna. Então, nesse sentido, é quase inconcebível para mente comum ver o samsara como um só sabor.
~ Lama B. Alan Wallace em comentários sobre o texto o “Darma tolo de um idiota vestido de barro e penas”
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