10 | Orgulho: palco, plateia, fama e esquecimento.

orgulho
Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Orgulho do quê? Ao sentarmos em meditação silenciosa, percebemos que ainda que surjam os pensamentos, nós podemos localizar os intervalos entre eles. É como perceber uma troca de acordes em uma música, aquilo só muda pois há espaço permitindo.  Isso é mais importante que ficar jogando cara ou coroa, se afirmando ou apontando dedos: “Ali, olhe! Alguém orgulhoso”. Perda de tempo.

Você consegue perceber a diferença entre: “as vezes, me sinto assim” e “isso é o que eu sou!” ? Quando estudamos os seis reinos, nós aprendermos sobre a felicidade aparente de cada um deles. Assim, nos tornamos conscientes de suas limitações e nos liberarmos das suas causas e resultados. 

Os seis reinos não são experimentados em uma ordem pré-determinada e nem tão pouco, precisam ser tomados ao pé da letra. Por exemplo, a pessoa não precisa ter recursos financeiros exagerados para manifestar orgulho e se achar acima das outras. Tão pouco, são residências vitalícias!

A meditação amacia e transforma o orgulho

Quando damos um passo atrás, temos espaço para olhar as coisas de outra perspectiva. Então, vemos que o orgulho é como um pedaço de uma torta, de seis pedaços.

Enquanto estivermos enrijecidos nas emoções, precisamos falar de cada uma delas. Em seguida, localizamos seu aspecto fugaz… E por fim, nos tornamos dignos de ter nossas vidas de volta com base na compaixão. Quanto mais protegemos essas bolhas mas perpetuamos as aflições que nos mantêm aprisionados.

Para aproveitar os estudos:

  1. Leia o trecho “Darma da vez” escutando a gravação do estudo em no podcast;
  2. Enriqueça a sua compreensão: Procure exemplos em sua vida com pessoas próximas, nos noticiários, nas diversas conversas entre amigos, no trabalho, etc.
  3. Anote os exemplos ou as eventuais dúvidas. Se preferir, compartilhe com o grupo de apoio suas experiências ou entre em contato para um acompanhamento individual.

Darma da vez

p.5

Orgulho | Reino dos Deuses (sânscr. Deva)

Assim, como começamos a tentar sustentar coisas e a defendê-las, terminamos por encontrar formas de fazer isso. Se somos muito hábeis, encontramos a forma dos reinos dos deuses. Neste caso, conseguimos defender a nossa identidade com muita habilidade. Nós não temos um choque direto, temos uma forma de trazer benefícios aos outros ao redor, mas estamos fixados em uma identidade e temos as sensações de lucro e de perda. A diferença é que conseguimos manobrar tudo e, geralmente, tudo anda bem e todos estão felizes, temos muito mais lucros do que perdas. Um bom exemplo disso é o de um vendedor de sucesso. Quando ele vende, ele não só vende seu produto bem, como seu cliente fica satisfeito. Por isso ele segue vendendo. Tudo vai indo bem, por que parar?

A nossa maior penalidade é ter sucesso. Quando somos derrotados, nós paramos, pensamos e pulamos para outra coisa. Quando temos sucesso nos fixamos, ficamos presos. Um bom vendedor com muito sucesso nunca vai se mover dali. Ele está preso no décimo elo e o décimo primeiro está funcionando bem. Ele nunca se depara com o décimo segundo porque ele tem habilidade. Porque ele faz isso, porque ele tem essa habilidade, ele desenvolve uma manifestação de auto-suficiência, de orgulho.

Nós estamos encontrar um processo de felicidade e de afastamento do sofrimento. Nos temos uma consciência dual e, no meio disso, encontramos chaves duais, comportamentos duais. Esses comportamentos duais são a decorrência natural daquele esforço de encontrar soluções. Por nos encontrarmos presos na dualidade, só podemos ter soluções duais. Assim, nós geramos as 6 emoções perturbadoras, que são o orgulho, a inveja, o desejo e apego, a obtusidade mental, a carência e a raiva.

Fonte: Compilação sobre os ensinamentos dos doze elos da originação interdependente. Ministrados por Lama Padma Samten 

Podcast

A seguir, aperte o play e acompanhe o estudo em áudio:



Arte e edição de aúdio por @lordbrito

Autor
Coordenador
Praticante budista e instrutor de meditação. Desde 2011 dedica seu tempo à descoberta do coração desperto (bodicita), a partir dos ensinamentos de Buda e nas instruções práticas de Lama Padma Samten. Casado, pai de 2 filhos, é coordenador da Roda do Darma e tutor no CEBB.

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