Uma breve apresentação das etapas de purificação, pacificação e cura em aspectos de corpo, fala e mente.
Onde estamos?
p. 16 do texto “As quatro nobres verdades e o caminho óctuplo”. O texto completo está disponível aqui.
Darma da vez
Examinando as ações de corpo, fala e mente, vemos que quando o impulso está presente, isso significa a quebra da motivação, que por sua vez brota da criação das causas do sofrimento. Então esse é o aspecto geral para qualquer impulso das dez ações não virtuosas que correspondem às etapas dois, três e quatro do Nobre Caminho de Oito Passos. Começamos com as ações de mente: Heresia, Aversão e Avareza. Depois as ações de fala: mentir, fala inútil, agressão verbal e intriga. As ações de corpo: matar, roubar e sexo impróprio. Cada uma dessas palavras já carrega o seu sentido exato. Talvez não precise detalhar muito isso. Vamos simplesmente olhar se isso está presente ou não está, cada uma delas.
O roubar, por exemplo, é muito amplo, porque essencialmente toda a ação de apropriação é roubo. A apropriação acontece segundo a motivação da roda da vida, quando estamos em algum dos seis reinos. Por que isso seria assim? Porque no momento em que surgimos como uma identidade e tomamos algo, pronto, isso já incorre no obstáculo, ou seja, qualquer ação realizada sob o enfoque de uma identidade já existe ação não virtuosa correspondente. Se for apropriação é roubo.
Sempre que estivermos olhando qualquer uma das ações negativas, já vimos que elas ocorrem sempre devido à quebra da motivação. Então, uma categoria muito geral de sexo impróprio, por exemplo, também diz respeito à quebra da motivação. temos um impulso e esse impulso brota de uma posição herética. A situação é grave, ou seja, falhamos logo de saída! Estamos na roda da vida. Se rompermos os votos, quer sejam votos de fidelidade, de castidade ou de celibato, se os rompemos, isso é um problema. No caso das pessoas que não têm esses votos, para os leigos, tibetanos especialmente, cria-se uma série de restrições, ou seja, não manter relações sexuais em lua cheia, não durante o dia, não com crianças, não com doentes, não durante a gravidez, durante o período menstrual, nunca próximo a imagens sagradas, em salas de prática.
Na verdade esse detalhamento todo corresponde à mesma situação, ou seja, tentando apagar um incêndio, pois já que aquilo vai ser feito, então que seja feito nas condições menos negativas. De qualquer maneira, sobra sempre uma única possibilidade de ação em Samsara, ou seja, sempre sobra a possibilidade de andarmos no mundo para beneficio dos seres. Andando no mundo com essa perspectiva está bem. Ou então dentro de uma perspectiva em que não estamos na roda da vida e tampouco arrastando os seres para a roda da vida. Numa categoria menos restritiva diríamos: andar no mundo sem trazer sofrimento. Mas o sofrimento, mesmo quando nos arrastamos para a roda da vida entrando pelo reino dos deuses, já estamos trazendo sofrimento.
Então olhamos para a Primeira, Segunda e Terceira Nobre Verdade, e vamos ver isso direto. Isso não é uma má vontade do Buda. O Buda não é um legislador, Ele não é um rabino, a posição é diferente. Assim não há obstáculo, ou seja, sobra muito pouco.
Acesse o vídeo do estudo
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