Sim, é possível meditar com música de fundo. Meditar dessa forma nos conduzirá a uma felicidade temporária. Durante a sessão de prática, esse estado mental trará algum nível de tranquilidade, calma e leveza. Ainda assim, o que acontece com a mente quando a música termina?
De acordo com os ensinamentos, quando depositamos nossa felicidade em situações, coisas, pessoas, lugares e circunstâncias externas, em geral, esquecemos de incluir a impermanência e as aflições mentais nessas listas intermináveis, e claro, isso afeta nossa qualidade de vida também.
A motivação fundamental de todos os seres é buscar a felicidade e evitar a infelicidade. Nesse sentido, quando buscamos uma música de fundo para nos ajudar na meditação, o que estamos realmente buscando?
A resposta é felicidade.
Felicidade duradoura e meditar com música de fundo
A mente nos acompanha para onde quer que vamos, carregando consigo as qualidades de sabedoria e os venenos mentais. Alguns estão despertos para essa realidade, enquanto outros não.
Por exemplo, podemos estar irritados com alguém e ir ao shopping, na Arezzo ou na Centauro. Enquanto estamos na loja, pode parecer que a outra pessoa que nos irritou está seguindo conosco. Isso pode causar aflição à mente, não é mesmo? Esse é o ponto.
Quando utilizamos uma música de fundo durante a meditação, estamos criando uma mudança de paisagem. Isso pode nos ajudar a ficar mais calmos e tranquilos. No entanto, para que nossa prática tenha um impacto mais profundo em nossas vidas e na maneira como lidamos com os problemas diários, é importante irmos além disso.
Nossa mente é a nossa companhia mais fiel. Quando examinamos mais de perto o que estamos cultivando em nossa mente, isso é chamado de motivação correta, ou simplesmente motivação. É a bússola que guia nossa prática dos ensinamentos.
6 motivações, meditação e um resultado comum
Na visão budista, existem 6 motivações estreitas que nos conduzem às frustrações e ao sofrimento. “Estreitas” aqui se referem a escolhas ou opções que parecem justificáveis em curto, médio e longo prazo, mas que também resultam em sofrimento na mesma medida.
As 6 motivações estreitas são também chamadas de 6 emoções perturbadoras: orgulho, inveja, desejo/apego, preguiça, carência e medo.
Podemos afirmar, então, que é possível vivenciar uma felicidade que não esteja sujeita à impermanência e que não dependa de fatores externos para surgir ou se manter? No budismo, isso é alcançado através da motivação correta de buscar a liberação desse ciclo de aprisionamento chamado samsara.
Dessa forma, percebemos que já possuímos o que é necessário para alcançar a felicidade. Contudo, sem compaixão e sabedoria, continuamos a semear repetidamente as sementes da insegurança e do sofrimento, tanto para nós mesmos quanto para os outros.
Portanto, podemos usar a meditação como música de fundo, de modo temporário, ou como uma ferramenta para olhar para dentro de nós mesmos. Precisamos reconhecer o que verdadeiramente traz felicidade duradoura. A música tem um começo, meio e fim, e, portanto, não é uma fonte confiável e lúcida para lidar com os problemas e conflitos que possam surgir durante a vida.