Nós meditamos para encontrar refúgio. Há uma ação da mente disponível, mas pouco comentada, e ela está ao nosso alcance. Ela está livre, além das amarras de samsara (a forma confusa e dolorosa de nos relacionarmos com a vida). Basta parar e olhar, reconhecer.
O Refúgio é reconhecido como nosso estado de ser inabalável. Ele não pode ser tocado pela impermanência, tão pouco pelas artificialidades das identidades. Nós utilizaremos os meios-hábeis, no caminho, são os métodos efetivos para internalizar os ensinamentos, e avançar em direção a esse porto-seguro.
O tema das três jóias – o Buda, o Darma e a Sanga, será visto em termos dos aspectos externo, interno e secreto. Por termos uma multiplicidade de ensinamentos, todos impecavelmente discriminados, podem surgir dúvidas sobre nossa inteligência búdica.
Como começar a praticar? Como fortalecer a visão em meio às oscilações do dia-a-dia? É possível estabilizar as qualidades positivas que surgem na prática de meditação?
Três jóias e suas abordagens
No budismo, nós temos três abordagens básicas sobre o refúgio – o hinayana, o mahayana e o vajrayana. Eles são exemplificados como veículos seguros, atestados pela linhagem dos grandes mestres. E, nos levam da margem da confusão para margem da lucidez.
Então, de acordo com a inclinação e mentalidade dos seres, temos uma abordagem de apoio, como uma tratamento para superação de obstáculos e o desenvolvimento contínuo da sabedoria intrínseca.
Por exemplo, se tomarmos a raiva, como ponto de imersão, cada abordagem citada anteriormente, sobre as três jóias, usará uma maneira apropriada para lidar essa emoção. Interessante, não é?
É como mostrar o fogo para alguém sem habilidade com malabarismo e um artista com familiaridade com pirotecnia. O fogo é o mesmo, mas a maneira de se relacionar pode ser mais ou menos hábil.
Nesse episódio, veremos como que essas diferentes abordagens convergem como no desembocar da sabedoria e compaixão inatas, conosco e com os seres. Quando falamos em três jóias, podemos adotar uma postura ingênua, como alguém aspirando por um responsável pelo próprio sofrimento ou termos uma atitude madura: tomamos as dificuldades como trampolim para o salto no caminho do Darma.
Referências usadas no encontro sobre as três joias
- O Caminho do Bodisatva, de Shantideva;
- O senhor da Dança, de Chagdud Tulku Rinpoche
- Crooked Cucumber: The Life and Zen Teaching of Shunryu Suzuki
- As três jóias, de Tarthang Tulku
Ouça agora o podcast “Três joias – O Buda, o Darma e a Sanga”
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Se está com dificuldades em praticar sozinho(a), de filtrar o excesso de conteúdo e livros disponíveis, se deseja ir além das notas de rodapé e anotações em cadernos póstumos, somos um grupo de estudos e meditação online.
Girar a Roda do Darma é colocar os ensinamentos em prática, na vida. De maneira descomplicada, nos encontramos semanalmente para olharmos mais de perto para nossa mente e as formas de se relacionar a partir da compaixão.
Imagem de Benjamin Balazs por Pixabay
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