A maneira como nós nos debruçamos no caminho, diz respeito ao despertar para o refúgio. Quando falamos em “tomar refúgio”, é um compromisso básico, com todos os seres.
É como acordar e escovar os dentes: aparentemente, escovamos os dentes apenas pela nossa saúde, mas, em um nível mais refinado, estamos falando de conexão com os outros. A nossa busca pela essência mais profunda da natureza das coisas, a compaixão.
Como podemos ter certeza se o refúgio está sendo internalizado? Um dos sintomas é a sensação de cansaço do samsara, diante da impermanência e da possibilidade real de oferecer (como bodicita), qual a real utilidade em ser o jogado número um? Percebemos a importância das três jóias.
Elas ajudam como uma âncora, como uma rota para discernirmos qual a direção seguir na encruzilhada do samsara.
Como tomar refúgio mesmo que você retorne ao samsara?
Uma pergunta crucial é como tomar refúgio mesmo que você retorne ao samsara? O carma, quando ele surge, não pode ser registrado em um boletim de ocorrência, digamos assim. Esse compromisso, em tomar refúgio, abre espaço, é um poderoso antídoto para os venenos da mente, o samsara.
Tomar refúgio, é confiar no que somos. Depositar todas as fichas em expectativa e do medo, é sinônimo de fracasso. Para seguirmos com firmeza, confiantes no caminho, precisamos reverter o processo de contaminação mental, eliminar as nossas tendências habituais obscurecidas pelo carma.
Tomamos refúgio para despertar para vez após vez, internalizar o acesso, a conexão, com nossa sabedoria intrínseca.
Então, toda etapa de clarificação e obscurecimentos mentais, diz respeito a iluminar o fio de Ariadne, digamos assim, entre nossa confusão e o reconhecimento da sabedoria primordial em todas as direções. Tomar refúgio é isso.
Segundo os ensinamentos, esse frescor no olhar, de se reconhecer a partir de Prajna (sabedoria), é o descortinar interno para revelar o que surgir tanto dentro quanto fora, como caminho de transformação. Sem hesitarmos.
Ainda no podcast, iremos listar o que é chamado de os quatro obscurecimentos: (1) os venenos da mente, (2) O obscurecimento intelectual, (3) o carma e o (4) O hábito. Uma vez reconhecidos, então podemos trabalhar de fato com eles.
Referências
Ouça agora o podcast “Como tomar refúgio mesmo que você retorne ao samsara”
Seguimos em grupo
Se está com dificuldades em praticar sozinho(a), de filtrar o excesso de conteúdo e livros disponíveis, se deseja ir além das notas de rodapé e anotações em cadernos póstumos, somos um grupo de estudos e meditação online.
Girar a Roda do Darma é colocar os ensinamentos em prática, na vida. De maneira descomplicada, nos encontramos semanalmente para olharmos mais de perto para nossa mente e as formas de se relacionar a partir da compaixão.