Resolver, resolve? Você já parou para perceber o quanto nos desgastamos ao tentar resolver as coisas? A ação de repousar é muito bonita de se falar, mas na prática…
Nesse encontro, veremos a ação da mente de bodicita e sua amplidão diante das coisas é mais uma inteligência disponível, ao alcance. Porém, para evitarmos possíveis equívocos no caminho, precisamos reconhecer e se familiarizar com a forma usual, neurótica, uma vez que até mesmo um espantalho de longe, pode nos enganar.
Abordaremos as ações da mente de resolver, controlar e ter muitas idéias sobre como manipular as coisas de forma agradável e sedutora. “Ação da mente” significa olhar por trás das histórias.
“A mente que produz o movimento, ela vê o movimento que ela produz. Isso é Sabedoria Primordial.”
― Lama Padma Samten, nos Ensinamentos do 3º dia (manhã) do Retiro de Inverno 2019, no CEBB Caminho do Meio.
“A mente que produz o movimento, ela vê o movimento que ela produz. Isso é Sabedoria Primordial.”
É uma forma mais simples e ao mesmo empoderadora de andarmos diante da vida. Não é sobre negarmos as coisas, deixarmos de lado, achar que é birra… e sim, reconhecer o “embolhamento“. E ter uma visão crítica sobre as coisas. Bons estudos!
Seguimos no giro da roda do Darma!
Darma da vez
p. 120
Agora, melhor ainda do que o processo de purificação, é o processo de CONSTRUÇÃO. Por quê? Porque o que acontece é que nós temos liberdades. Se temos liberdade, podemos construir. Ao invés de construirmos seres de Samsara, nós podemos construir seres a partir das qualidades ilimitadas. Então, nós vamos construir a partir das qualidades de acolhimento, de generosidade (ou sustentação), de oferecimento de referenciais (ou estruturas), de oposição à negatividade e de oferecimento da natureza ilimitada (da liberação). Vamos, então, oferecendo benefício aos seres. Vamos surgindo com essa liberdade de fazer isso em vários níveis. E testamos para ver se paisagem, mente, energia e corpo estão operando com esse referencial.
Treinamento da mente
São, pois, três fases. Primeiro, o processo de análise da liberdade. Depois, nós purificamos as dificuldades, as nossas prisões. Por fim, nós construímos positivamente nossas ações.
No treinamento, o começo já se deu muito antes do exame do processo de liberdade. Ele começa com a noção de responsabilidade universal ou de um bom coração. Essa noção é que é o verdadeiro início, que sustenta a motivação durante todo o processo e que, ao final, faz com que retornemos para ela, na construção positiva da ação, que é a manifestação da responsabilidade universal no mundo.
O Bodisatva não sai do mundo, ele retorna ao mundo dentro da perspectiva de ajudar os seres. Então, começamos com essa percepção da responsabilidade universal, como diz S. S. o Dalai Lama. Vocês vejam que a maior parte das pessoas está focada estritamente nas suas coisas, nos seus interesses.
Reconhecer para liberar
Existem quatro ações positivas da mente, mas a maioria das pessoas só operam com a primeira, chamada de “resolver”. A primeira forma de ação da mente é algo assim: “Se está frio, eu me cubro; se está quente, eu tiro a roupa” ou “se tenho fome, eu como; se estou cansado, eu durmo”. Essa ação também é uma forma lúcida, não existe, a princípio, algum problema nisso. No entanto, nós vamos ver que essa não é a única maneira de nós agirmos, porque em algumas circunstâncias, por exemplo, de frio, nós podemos não ter a roupa para vestir; quando estiver quente, nós vamos estar impedidos de tirar a roupa; quando tivermos fome, poderemos não ter comida para saciá-la.
Controlar é desgastante
Então, naturalmente, vem uma segunda forma de ação da mente que é a disciplina ou controle. Nós conseguimos agüentar, em alguma medida, a situação aflitiva. Em alguma medida, todos nós somos capazes de fazer isso. Vejam que isso é adquirido, nós não nascemos com essa capacidade, mas, com o tempo, nós vamos aprendendo.
Aproveite o que surgir
Depois, tem a terceira forma de ação da mente, que são os meios hábeis. Se está frio ou quente, aprendemos um jeito de lidar com a situação que se apresenta. Aprendemos a aproveitar a situação de uma forma muito útil.
Descansar na natureza das coisas como elas são
Por fim, vem a quarta forma de ação da mente, que é liberar. É o processo mais sofisticado. Quando nós vivermos qualquer experiência que seja, nós podemos reconhecer a natureza última na experiência. Nós não precisamos nos fixar na forma da experiência, nem negá-la. Nós percebemos a natureza última dentro da própria experiência.
Fonte: Compilação sobre os ensinamentos dos doze elos da originação interdependente. Ministrados por Lama Padma Samten
Podcast
A seguir, aperte o play e acompanhe o estudo em áudio:
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